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Desfiles - Dias Medievais

O primeiro e o último dia deste evento são assinalados com um grandioso desfile histórico pelas ruas da vila onde participam centenas de figurantes. 

População local e visitantes trajam-se a rigor representando as diferentes classes sociais de então: clero, nobreza, burguesia e povo.

As ruas da vila enchem-se de multidão que assiste à passagem do desfile, sempre acompanhado por malabaristas, equilibristas,  bobos e outros animadores que despertam gargalhadas e entusiasmo junto do público, motivando-os para esta viagem ao mundo medieval.

"E outra cousa formosa para  se  ver foi o cortejo, em que el-rei  com  a rainha companhados de  todos os oficiais vestidos de brocados e  pelos moços fidalgos e damas da corte, ricamente vestidos, saíram da cerca pela porta da  vila, desceram o cerro do castelo  e desfilaram entre filas  de povo pelas  ruas  fora das muralhas.
De fora, de todo o Algarve e do Reino de Portugal, e da vizinha Aiamonte  e de outras  terras de Espanha  e de outros desvairados sítios tinham chegado muitos forasteiros para admirar coisa tão digna. A gente era tanta que não se podia reger nem ordenar.

Afrente iam trombetas e outros instrumentos e  o estrondo das trombetas, atambores, charamelas e sacabuxes, e de todolos ministréis era tamanho que não se ouviam as conversas"  

In Crónica dos Dias Medievais da Vila de Castro Marim   

 

"Durante os Dias Medievais, altura em que o passado nos é restituído, os trajes representam um papel muito importante neste grandioso acontecimento. Estes variam de acordo com a condição social de cada classe e são uma autêntica lição de história para as nossas gerações, já que nos permite ter um melhor conhecimento da sociedade, dos gostos e possibilidades de uma época passada.  

João Fernandes que mal vos talharam Essa saia que trazedes aqui, Que nunca eu peor vi Que nunca eu peor vi E sequer muito vo-la encurtaram Pois que dela não trazedes o manto Saia tão curta não convém a vós Ca muitas vezes ficades em cós.

De grado queria ora saber

Destes que trazem saias encordadas,

Em que se apertam mui poucas vegadas,

Se o fazem polos ventres mostrar

Ai Deus! Se me quisesse alguém dizer

Porque trazem estas cintas sirgadas,

Muito anchas, como mulheres prenhadas

Outrossim lhes ar vejo trazer

As mangas mui curtas e esfraldadas"

In Afonso X Cancioneiro da Biblioteca Nacional

 

Procurando responder ao rigor histórico que tem caracterizado o nosso evento e porque sabemos que este é um trabalho que depende do envolvimento de toda a comunidade, apelamos à consulta do nosso Guia do Bem Trajar, disponível aqui.

 

Concentração de figurantes para os desfiles

4ª Feira | Concentração às 17.30h, na entrada nascente da vila (Rua dos Combatentes) junto à estrada de acesso ao Revelim de Santo António.

Domingo | Concentração às 15.30h na entrada nascente da vila (Rua dos Combatentes) junto à estrada de acesso ao Revelim de santo António.

 

Notas:

Para que o desfile tenha o rigor histórico pretendido sugere-se a todos os figurantes que desejam participar que cumpram os seguintes requisitos:

Cada participante deverá alinhar-se junto ao grupo/estrato social que representa (de acordo com o traje/indumentária que possui), ou seja, povo, nobreza, clero, homens de arma ou cavaleiros, mouro, entre outros;

. Calçado – Sapatos, botas, sandálias de estilo medieval confecionados em couro, pele e/ou tecido.
. Vestuário/tecidos – Linho, estopa, veludo, seda, algodão e lã utilizados em vestuário de estilo medieval

Não é permitida a utilização de:

. Óculos de sol;
. Relógios de pulso;
. Pulseiras ou braceletes em plástico;
. Telemóveis ou outros aparelhos eletrónicos;
. Roupas com marcas ou quais quer dizeres impressos;
. Sapatilhas ou ténis;
. Bandoletes ou colares de plástico ou outro materiais não medievais;
. Animais domésticos trajados.

O não cumprimento das regras poderá implicar o impedimento da participação no desfile.