•  

Personagens

O Rei

Sabia que o Rei na Idade Média não tinha um poder absoluto? O seu poder dependia do território que lhe pertencia ou da vassalagem que conseguia. Quanto maior fosse o número de vassalos, maior era o poder do Rei.

A autoridade dos reis também era afetada pela Igreja, que detinha também um grande poder político e grande parte das terras. No universo medieval, a Igreja Católica monopolizava o conhecimento.

Só depois da Idade Média, por razões económico-sociais, é que o poder se centraliza nas mãos de um só Rei, que passa a ser soberano.

 

A Rainha

Sabia que, na política medieval, as mulheres podiam exercer os cargos reais? Podiam ser preparadas para isso, embora se encontrassem, quase sempre, ligadas a alguma figura masculina.

A imagem de princesas frágeis é uma construção da visão da história no século XIX. Mesmo assim, ainda se esperava delas que fossem “boas esposas”, sendo educadas para tal.

Esta não distinção de género quanto ao exercício do poder ocorria apenas nas famílias reais. As mulheres pertencentes a outros estratos sociais eram tratadas de maneira diferente. A título de exemplo, na classe burguesa a mulher era associada ao lar.

 

O Bobo da Corte

Os bobos da corte eram considerados os melhores comediantes da Época Medieval.

Possuíam várias habilidades: faziam malabarismos, declamavam poesias, tocavam instrumentos, dançavam e faziam mímica. Geralmente, eram os únicos com permissão para escarnecer do Rei e da Corte.

Usavam roupa colorida e espalhafatosa e chapéus com guizos amarrados.

Durante os séculos XIV e XV, o bobo fazia parte do grupo de artistas sustentados pelas cortes, juntamente com pintores, músicos e poetas.

 

O Frade

As primeiras Ordens Cristãs eram compostas por homens e mulheres que se retiravam do quotidiano para viverem em grandes mosteiros, que se espalhavam por toda a Europa, com o intuito de melhor adorar a Deus.

Os frades surgiram com o crescimento das cidades e com a necessidade de tornar o catolicismo mais presente e próximo da sociedade. Constituíram assim um novo tipo de ordem religiosa, que vivia menos enclausurado e cuja missão era ajudar os pobres e os doentes ou o ensino.

Na Baixa Idade Média, mais concretamente entre os séculos XII e XIII, foram fundadas ordens que ainda hoje conhecemos, como os franciscanos ou as carmelitas. Os seus membros realizavam votos de pobreza, castidade e obediência, renunciando à posse de quaisquer bens. Subsistiam por intermédio de esmolas e dádivas de fiéis.

Com o crescimento destas ordens e o aumento do seu poder político, as autoridades eclesiásticas deixaram de ser tão rigorosas e austeras quanto à sua forma de subsistência e é nesta altura que alguns conventos franciscanos e dominicanos se destacam pela magnificência das suas obras de arquitetura e cujo melhor exemplo em Portugal é o Mosteiro da Batalha.

 

O Falcoeiro

A falcoaria é uma modalidade de caça praticada em Portugal desde o séc. XII.

As aves de presas são treinadas para a caça de animais selvagens no seu ambiente natural. Assim, o falcoeiro é responsável pelo treino das aves e pela excelência da sua condição física. Numa estratégia de parceria, falcoeiro e ave de presa, procura-se apanhar a presa vencendo as suas estratégias naturais de fuga e é aqui, no lance de caça, e não na captura, que reside o valor mais alto da falcoaria.

A Idade Média é considerada a época de ouro da falcoaria e o falcoeiro tinha um lugar de prestígio na sociedade. Deixou de ser uma forma de caça de subsistência e passou a ser um desporto aristocrático praticado por reis e outros membros poderosos das cortes. Os falcões começaram a ser utilizados como demonstração de poder e grandeza, faziam parte de armas e brasões e funcionam como moeda de troca, inseridos nos dotes de casamento das princesas e para pagamento de resgates de guerra (Crespo, 1999: 13).

Mais recentemente, a 1 de dezembro de 2016, a Falcoaria Portuguesa foi considerada Património Imaterial da Humanidade.

 

O Cavaleiro