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Dragão de Sal regressou ao Castelo de Castro Marim

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Nas noites mágicas do primeiro fim-de-semana de setembro, numa narrativa histórica e mitológica, centenas de pessoas, tiveram oportunidade de, no silêncio de um castelo que fora uma semana antes palco dos Dias Medievais em Castro Marim, assistir a um momento único e de uma certa nostalgia até.

Marcado para as 22:00, os visitantes, guiados pelas tochas, nos caminhos empedrados, puderam desfrutar de uma série de três distintos filmes. Numa viagem pelos 20 anos dos Dias Medievais em Castro Marim, com um enfoque e destaque especial para as dezenas de artesãos e artífices que recriaram a vida quotidiana de um castelo medieval, sobrevoamos a vigésima edição, com os privilégios dos flamingos e corujas, que naqueles dias e noites, espreitaram as deambulações neste evento que é único e cada vez mais distinto de outras recriações históricas.

Aquela grande tela, a parede de um castelo do século XIV, aguardava o inédito, mágico, poderoso e vibrante Dragão de Sal, criado em Castro Marim, para fazer eco, dos poderes desse cristal branco, na história futura de um Castro Marim com história.

A iniciativa é cofinanciada a 70% pelo ALGARVE 2020, foi resultado de um trabalho de equipa e parceiros, que hoje sentirão orgulho em mais esta concretização.

 

Assim começou a narrativa:

Este solo que hoje pisamos, tem uma história milenar, desde os mercadores da idade do ferro, aos fenícios, cartagineses, gregos, romanos, visigodos e árabes, aos cavaleiros medievais e às lendárias encantadoras princesas.

Em cada passagem, há uma essência que as liga, o sal e as salinas, que esconde o mais belo e luminoso dragão da história da humanidade, o rei do nosso ouro branco – O DRAGÃO DE SAL DE CASTRO MARIM.

A Idade Média, na sua pluralidade e nas suas contradições, bárbara e culta, foi o palco de decisivos acontecimentos históricos e magnificas produções culturais, e que nos inspiram para hoje a querermos reviver.

A luz das trevas, a Ordem de Cristo e o Rei D. Dinis, foram determinantes na construção da história desta terra com história: Castro Marim. Conquistada aos mouros em 1242, por D. Paio Peres Correia, recebeu foral em 1277, mas foi mais tarde, com o Rei D. Dinis, que viu reforçada a sua estrutura amuralhada e aqui instalada a 1.ª sede da Ordem de Cristo, única Ordem militar nesse período reconhecida, depois da perseguição aos templários. Estamos no ano da graça de 1319.

Resistiu esta muralha às tropas castelhanas, por força épica do seu povo ou magia do sal da sua terra… Com o seu sal e posição geoestratégica, foi relevante na história dos descobrimentos portugueses, num Algarve percursor da primeira globalização da humanidade.

O terramoto de 1755 terá sido a vibração mais madrasta, para as muralhas erguidas, mas nunca para o nosso dragão.